O Governo Regional da Madeira anunciou a criação da Maior Área Marinha Protegida com Proteção Total da Europa e de todo o Atlântico Norte, cobrindo um território de 2677 km2, numa área de 12 milhas náuticas ao redor da Reserva Natural das Ilhas Selvagens, ampliando significativamente a área desta reserva que era até agora de 94,71 km2. É nesta extensão que todas as espécies aí existentes passam a estar totalmente protegidas de atividades extrativas, como a pesca ou a exploração de inertes.
Esta decisão é suportada por vários anos de investigação do IFCN (Instituto das Florestas e Conservação da Natureza), vários estudos científicos, jurídicos e dados recolhidos em expedições realizadas nos últimos anos.
Esta medida exemplar conta com o apoio direto da Fundação Oceano Azul, da National Geographic l Pristine Seas e do Waitt Institute, entidades que contribuíram para a obtenção de dados que, entre outros, sustentam cientificamente a decisão agora anunciada.
Em 2015, a National Geographic | Pristine Seas, a Fundação Waitt e a Fundação Oceano Azul realizaram uma expedição às Ilhas Selvagens, na Região Autónoma da Madeira, com o objetivo de avaliar o estado do meio marinho. Encontraram um ecossistema vibrante, equilibrado e com uma enorme diversidade de fauna e flora.
O alargamento desta Reserva, pelo Governo Regional, vem fortalecer o compromisso da Madeira no reforço da proteção daquele que é o ecossistema mais intacto do Atlântico Nordeste.
O reforço da proteção das Ilhas Selvagens irá contribuir para o aumento da diversidade marinha, da riqueza genética e da capacidade reprodutiva das espécies, incluindo muitas com interesse comercial. Assegurará igualmente a integridade dos ecossistemas, contribuindo para uma melhor conservação marinha de todo o Atlântico Nordeste. Esta decisão permitirá ainda a promoção do desenvolvimento económico da Região Autónoma da Madeira, através da valorização do seu capital natural.
As Ilhas Selvagens fazem parte da rota migratória de vários peixes, mamíferos marinhos e aves, o que contribui para a riqueza desta Reserva Marinha. Assim, estas ilhas têm uma enorme importância e influenciam uma grande parte da biodiversidade do Atlântico Norte.
Os atuais desafios mundiais da emergência climática e da crise de extinção de espécies requerem ações exemplares a nível europeu e mundial, sendo esta decisão do Governo Regional da Madeira uma resposta a esses desafios.
Num contexto em que o Oceano é um dos ecossistemas mais afetados pelas alterações climáticas e pela sua sobre-exploração, esta decisão reforça o compromisso assumido por Portugal na Conferência das Nações Unidas dos Oceanos de 2017, no sentido de aumentar consideravelmente as suas áreas marinhas protegidas, e contribui para a implementação da Estratégia da Biodiversidade da União Europeia para 2030.
Esta decisão transformadora é um exemplo global de liderança para a conservação do oceano.