Fundação Oceano Azul e os municípios de Cascais, Mafra e Sintra unem-se para estudar a vida marinha da região.
A Expedição Oceano Azul Cascais | Mafra | Sintra terminou ao fim de 12 dias e de mais de 600 milhas percorridas. Organizada pela Fundação Oceano Azul e pelos municípios de Cascais, Mafra e Sintra, com o apoio do governo português, esta expedição cumpriu o objetivo de aprofundar o conhecimento da biodiversidade e dos ecossistemas marinhos da região. Este projeto é o primeiro passo para preencher a lacuna de conhecimento dos valores naturais de uma zona marinha tão próxima da capital do país.
Participaram nesta expedição 58 investigadores de instituições científicas como o MARE – Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (unidades regionais de investigação do ARDITI-Madeira, Ispa – Instituto Universitário, Politécnico de Leiria, Universidade de Lisboa, Universidade de Évora), o CCMAR – Centro de Ciências do Mar, o CESAM – Centro de Estudos do Ambiente e do Mar, a SPEA – Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves, o IPMA – Instituto Português do Mar e da Atmosfera e o IH – Instituto Hidrográfico.
Também a colaboração dos pescadores foi fundamental, uma vez que estiveram ativamente envolvidos na expedição, assegurando alguns dos trabalhos desenvolvidos com os investigadores.
Nesta expedição científica, liderada por Emanuel Gonçalves, responsável científico e administrador da Fundação Oceano Azul, e Henrique Cabral, biólogo e investigador no Institut National de Recherche pour l’Agriculture, l’Alimentation et l’Environnement (INRAE), foram realizados 270 mergulhos que permitiram realizar amostragens ao longo de 60 km de costa. Descobriram-se habitats como jardins de corais, campos de esponjas, florestas de kelp e recifes de sabelária. Também foram identificadas espécies de aves, algumas muito ameaçadas, mamíferos marinhos, como golfinhos comuns e roazes, diversas espécies de peixes, entre elas atuns, lírios e canários-do-mar, e muitas de invertebrados.
Movidos pela vontade de aprofundar o conhecimento do mar ao largo dos seus territórios para o poder proteger e gerir de forma sustentável, os três municípios pretenderam, com esta expedição, assegurar uma primeira caracterização dos valores naturais da região. Para a Fundação Oceano Azul, a criação de novas áreas marinhas protegidas é decisiva para a valorização, promoção e proteção do capital natural marinho.
Os próximos passos serão a assinatura de memorando de entendimento de parceria, o lançamento do processo participativo e assegurar a continuidade dos estudos científicos.
Será lançado um documentário e apresentado o relatório científico da expedição entre dezembro de 2022 e janeiro de 2023.
Expedição Oceano Azul Cascais | Mafra | Sintra em números
– 58 investigadores de 7 instituições parceiras num total de 150 participantes.
– 270 mergulhos, dos quais 154 mergulhos científicos com mais de 120h de observação.
– 119 estações amostradas com câmaras com isco num total de 270h de vídeo.
– 17 pescadores com 5 embarcações de 4 associações – 248 h de trabalho.
– 32 transetos para avaliar aves e mamíferos marinhos e 38 voos de drone no intertidal.
– Profundidade máxima (ROV): ~96m, Montanha de Camões.
– Mais de 1000 estudantes de 49 turmas e 33 escolas de 6 municípios.