12º, 13º e 14º dias Expedição Oceano Azul

12º dia da expedição (14 de junho)

Chegámos às Flores para começar a mergulhar na zona Norte da ilha, o mar e a meteorologia já estavam favoráveis. No entanto a viagem, durante a noite, entre o Corvo e as Flores foi bastante agitada.

 

As equipas saíram logo de manhã. Às 6h30 as câmaras científicas já estavam prontas para serem lançadas aos 10m, 300m e 800m. As equipas científicas de censos de fauna e flora dividiram-se por diferentes spots para realizarem os seus mergulhos.

 

A equipa dedicada à marcação e colocação de transmissores em peixes não estava satisfeita, tinham marcado apenas dois meros nos dias em que estivemos no Corvo. Começaram a organizar tudo para voltarem ao Corvo por mais dois dias e tentar marcar mais alguns meros.

 

13º dia (15 de junho)

Os líderes de expedição deram um dia de descanso às equipas, para atualizarem a inserção de dados nas bases e para terem a oportunidade de conhecer a ilha. A felicidade era geral. Pela vista do mar percebe-se que ilha deve ser lindíssima e que deve guardar muitos segredos. A curiosidade era grande e as expetativas foram superadas. Todos voltaram do passeio completamento estarrecidos com a beleza da ilha.

 

A equipa científica da Universidade dos Açores voltou para o Corvo. Objetivo: capturar e marcar mais meros. Só nos voltaríamos a juntar três dias depois, a 18 de junho.

 

14º dia (16 de junho)

De volta aos mergulhos depois de um dia de descanso.

 

A equipa das câmaras científicas estava pronta às 5h30 para embarcar num Zodiac rumo ao monte submarino Cachalote. O ponto menos profundo deste monte está a 460m de profundidade e julgava-se que era um complexo com dois picos. Nesta expedição, através do trabalho cartográfico desenvolvido pelo Instituo Hidrográfico, descobriu-se que afinal é apenas um monte. A topografia revelada deste monte é típica de uma ilha afundada (Guyot).

 

No caminho a equipa encontrou duas tartarugas-comum (Caretta caretta) e golfinhos. Ficaram o dia todo no Cachalote onde largaram as câmaras de profundidade a cerca de 500m, 800m e 1100m de profundidade. As câmaras científicas usadas para registar animais que vivem na coluna de água, foram colocadas a 10m de profundidade.

 

Ao fim da tarde chegaram ao SMM. Parecia que tinham sido “sacudidos” por uma baleia-azul.

 

O sol ainda não se tinha posto e Emanuel Gonçalves, líder da expedição estava a receber um telefonema de Telmo Morato, coordenador da equipa dedicada a ecossistemas de profundidade que está a bordo do NRP Almirante Gago Coutinho. A novidade é bombástica. Descobriram um novo campo hidrotermal. A excitação era grande mas não podíamos ainda fazer grande alarido enquanto não nos juntássemos à equipa que está no Gago Coutinho e tudo fosse falado.